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sábado, 26 de novembro de 2016

O paralelismo entre leitura e escrita

Décio Adams*

Acabo de ler o livro “Leitura e escrita na escola: ensino e aprendizagem” (editora Multifoco, 2016), de autoria do amigo professor e escritor Roberto de Queiroz, que mora no estado de Pernambuco, mais precisamente em Camela – Ipojuca. Fiquei encantado com seu trabalho, uma vez que é coisa rara vermos um professor dedicar tempo e esforço na elaboração de um texto preocupado em destacar a importância da leitura, desenvolvida em paralelo com a escrita.

Sinto-me levado de regresso aos anos 50/60, quando começava minha vida escolar e consequentemente iniciava as atividades de leitura e escrita.  Embora tenha obtido minha formação superior na área de matemática, onde desenvolvi minha atividade profissional, posso afirmar que um aprendizado correto de leitura e escrita foram fundamentais em toda minha vida. Fui agraciado com um professor de grande capacidade e domínio dessa arte, quando cursava a segunda série do ginásio, o que me encaminhou de modo firme e seguro nessa área.

Em muitas ocasiões, a leitura e a escrita me serviram de modo excelente no desenvolvimento das atividades do dia a dia. Embora nunca tivesse tido à disposição uma obra como a presente, tive a liberdade de escolher o que queria ler e assim “viajei” por quase todo o mundo literário mundial. Evidente que é impossível abranger todos os autores ou mesmo gêneros literários. Creio que, se tivesse a orientação de uma obra como a de Roberto de Queiroz, também teria conseguido encaminhar de modo adequado minhas atividades de leitura e escrita.

O que é preciso salientar é a ênfase necessária ao encaminhamento paralelo das duas atividades. Ler e escrever precisam caminhar juntas. O ato de ler é primordial no aprendizado de todas as disciplinas que enfrentamos, seja qual for a especialidade que decidamos enfrentar em nossa vida. Sem saber ler e compreender o que lemos, não conseguimos caminhar para frente, seja aonde formos. Não é de admirar que tenhamos tantos denominados “analfabetos funcionais” em nossos contingentes de trabalho. Não basta saber decifrar as letras, é preciso compreender o significado que elas têm colocadas em conjunto, na formação de frases, parágrafos e textos, sejam eles longos ou curtos.

Lembro-me das minhas aulas e provas de matemática ou física, onde fazia a correção dos erros mais sérios de escrita, ouvindo dos alunos a reclamação: “Mas, professor, não é aula de português.” Eu sempre lhes respondia que a língua portuguesa eles precisariam saber usar de modo correto em qualquer circunstância, pouco importando a área de atuação de sua atividade. Disso estou cada vez mais convicto.

Ao amigo Roberto de Queiroz, parabéns pela sua obra. É sucinta, mas muito bem elaborada. Oxalá possa ser colocada à disposição de professores e alunos no maior número de estabelecimentos possível.

Décio Adams é escritor e ex-professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UFTPR)

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