Acabo de ler o livro “Leitura e escrita na escola: ensino e aprendizagem”
(editora Multifoco, 2016), de autoria do amigo professor e escritor Roberto de
Queiroz, que mora no estado de Pernambuco, mais precisamente em Camela – Ipojuca. Fiquei encantado
com seu trabalho, uma vez que é coisa rara vermos um professor dedicar tempo e
esforço na elaboração de um texto preocupado em destacar a importância da
leitura, desenvolvida em paralelo com a escrita.
Sinto-me levado de regresso aos anos 50/60, quando começava
minha vida escolar e consequentemente iniciava as atividades de leitura e
escrita. Embora tenha obtido minha formação superior
na área de matemática, onde desenvolvi minha atividade profissional, posso
afirmar que um aprendizado correto de leitura e escrita foram fundamentais em
toda minha vida. Fui agraciado com um professor de grande capacidade e domínio
dessa arte, quando cursava a segunda série do ginásio, o que me encaminhou de
modo firme e seguro nessa área.
Em muitas ocasiões, a leitura e a escrita me serviram de modo
excelente no desenvolvimento das atividades do dia a dia. Embora nunca tivesse
tido à disposição uma obra como a presente, tive a liberdade de escolher o que
queria ler e assim “viajei” por quase todo o mundo literário mundial. Evidente
que é impossível abranger todos os autores ou mesmo gêneros literários. Creio
que, se tivesse a orientação de uma obra como a de Roberto de Queiroz, também
teria conseguido encaminhar de modo adequado minhas atividades de leitura e
escrita.
O que é preciso salientar é a ênfase necessária ao
encaminhamento paralelo das duas atividades. Ler e escrever precisam caminhar
juntas. O ato de ler é primordial no aprendizado de todas as disciplinas que
enfrentamos, seja qual for a especialidade que decidamos enfrentar em nossa
vida. Sem saber ler e compreender o que lemos, não conseguimos caminhar para
frente, seja aonde formos. Não é de admirar que tenhamos tantos denominados
“analfabetos funcionais” em nossos contingentes de trabalho. Não basta saber
decifrar as letras, é preciso compreender o significado que elas têm colocadas
em conjunto, na formação de frases, parágrafos e textos, sejam eles longos ou
curtos.
Lembro-me das minhas aulas e provas de matemática ou física,
onde fazia a correção dos erros mais sérios de escrita, ouvindo dos alunos a
reclamação: “Mas, professor, não é aula de português.” Eu sempre lhes respondia
que a língua portuguesa eles precisariam saber usar de modo correto em qualquer
circunstância, pouco importando a área de atuação de sua atividade. Disso estou
cada vez mais convicto.
Ao amigo Roberto de Queiroz, parabéns pela sua obra. É
sucinta, mas muito bem elaborada. Oxalá possa ser colocada à disposição de
professores e alunos no maior número de estabelecimentos possível.
* Décio Adams é escritor e ex-professor da Universidade
Tecnológica Federal do Paraná (UFTPR)
Nenhum comentário:
Postar um comentário