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domingo, 24 de março de 2013

O verdadeiro papel da escola

Roberto de Queiroz

No Brasil, praticamente todas as crianças em idade escolar estão na escola, mas não aprendem. No dizer do renomado educador português António Nóvoa (em palestra ministrada na UFPE, em 23/08/2012), isso ocorre porque a escola não sabe o que fazer com elas. A escola tenta lhes oferecer o que elas não têm em casa. Mas não promove aprendizagem nem inclusão social. Não há inclusão social se não houver aprendizagem.

O mesmo Nóvoa diz ainda que as grandes aprendizagens que as crianças fazem ao longo de suas vidas ocorrem fora da escola (como, por exemplo, andar e falar). E prossegue: “As crianças aprendem essas coisas mais complexas e não aprendem a ler, compreender, escrever e calcular. Quem não sabe ler bem dificilmente terá prazer em ler. As teorias dominantes na escola do século 21 são ainda teorias do século 20.”

Não adianta a criança passar oito ou nove horas na escola todos os dias e não aprender. Para que haja aprendizagem, é preciso que a escola atenda aos padrões mínimos de qualidade de ensino assegurados pela LDB (Lei 9.394/96), Artigo 4º, Inciso IX, que são “definidos como a variedade e quantidade mínimas, por aluno, de insumos indispensáveis ao desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem”.

Compreende-se como padrões mínimos de qualidade de ensino a existência de condições para que a escola desempenhe plenamente seu verdadeiro papel, que é promover o ensino e a aprendizagem. Essas condições envolvem tanto aspectos da organização escolar quanto da pedagógica. Quer dizer, envolvem os insumos de bases seguintes: material (estrutura física e acervo de equipamentos), gerencial (tipo de gestão e planejamento), instrumental (bibliografia e metodologia), mutacional (recursos humanos e cultura de inovação) e finalística (missão da escola, função das disciplinas e avaliações periódicas).

E todos esses indicadores de qualidade devem estar em conexão com o tamanho da escola, o número de matrícula, os turnos de funcionamento, as condições de otimização de uso dos espaços escolares e do tempo pedagógico.

(Artigo publicado na Folha de Pernambuco, 20/04/2013, Cidadania, p. 8)

segunda-feira, 11 de março de 2013

Crime de ortografia

A polícia paulista prendeu oito suspeitos de roubo, mês passado, a partir de um escorregão ortográfico da quadrilha. Para dar mais veracidade ao disfarce de entregadores de cestas de Natal, a gangue também camuflou o carro usado para a ação. No adesivo do capô e das laterais lia-se “Impório” Santa Maria. O erro* ajudou a identificar os meliantes, que já haviam atuado em outros dois assaltos.
(Língua Portuguesa, nº 26)

* O erro que ajudou a polícia a identificar a quadrilha foi a grafia da palavra impório, iniciada com i, que, de acordo com as regras ortográficas da língua portuguesa, deve ser iniciada com e: empório.

sábado, 9 de março de 2013

Iracema

Você sabia? O escritor cearense José de Alencar usou um anagrama do nosso continente (América) para dar nome à personagem Iracema, protagonista de romance de mesmo nome, publicado originalmente em 1865.