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terça-feira, 9 de dezembro de 2014

A origem do Natal

Roberto de Queiroz


O Natal é celebrado anualmente em alusão ao aniversário de nascimento de Jesus. A Igreja Católica comemora a data em 25 de dezembro, e a Igreja Ortodoxa, em 7 de janeiro. Porém essas não são as prováveis datas do nascimento de Cristo. Quando Ele nasceu, “havia pastores que estavam nos campos próximos e durante a noite tomavam conta dos seus rebanhos” (Lucas 2:8).[1]Isso nunca aconteceu na Judeia durante o mês de dezembro: os pastores tiravam seus rebanhos dos campos em meados de outubro e os abrigavam para protegê-los do inverno que se aproximava, tempo frio e chuvas” (CLARKE, 1977, p. 370).

A festa do Natal não estava inclusa entre as primeiras festividades da Igreja Católica. Os primeiros indícios dessa festa são provenientes do Egito. Naquele país, os costumes pagãos relacionados com o princípio do ano se concentravam na comemoração do Natal.  Ademais, de acordo com Orígenes, um dos chamados pais da Igreja, não se vê nas Escrituras ninguém que haja celebrado uma festa ou um grande banquete no dia do seu natalício. Somente os pecadores – como Faraó e Herodes – festejaram com grande regozijo o dia em que nasceram neste mundo (ENCICLOPÉDIA CATÓLICA POPULAR, 2005).

No século III d.C., a Igreja Católica adaptou a data para permitir a conversão dos povos pagãos sob o domínio de Roma. Assim, o dia 25 de dezembro foi adotado, a fim de que a data coincidisse com uma festividade romana dedicada ao nascimento do Deus Sol, no solstício de inverno. E, ao longo do tempo, o Natal passou a envolver costumes – hoje modernizados – que incluem troca de presentes e cartões, ceia de Natal, músicas natalinas, festas de igreja, refeição especial e exibição de decorações diferentes, incluindo árvores de Natal, pisca-piscas, guirlandas, visco,  presépios e ilex. Outrossim, o Papai Noel – ou Pai Natal – é uma figura mitológica popular em muitos países, associada aos presentes infantis.

No mais, a troca de presentes e muitos outros aspectos das festividades natalinas provocam um aumento nas atividades econômicas dos países que as comemoram. Em resumo, o Natal – cuja origem vem da implantação inteligente de estratégias de marketing da diretoria da recém-organizada Igreja Católica do século III d.C., a qual pegou carona em um festival pagão – tornou-se um dos períodos-chave de vendas para empresas e varejistas. O impacto econômico da época é um fator que tem crescido de forma constante ao longo dos últimos séculos em regiões diferentes do mundo.


[1] Bíblia de Estudo NVI.

(Artigo publicado no Diario de Pernambuco, 27/12/2013, Opinião, p. B7)