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quarta-feira, 20 de junho de 2012

A receita da felicidade

Roberto de Queiroz


Qual é afinal a receita da felicidade? Há quem acredite que há uma receita pronta para ser preparada e consumida. E pronto: a felicidade desabrocha.

Será? Há mesmo uma receita elaborada, pensada, testada e aprovada por unanimidade para a felicidade? Ou será que essa tal receita é fruto da imaginação de algum sonhador exagerado?

Essa receita existe. Mas não há um modelo único, pronto e acabado. Há uma receita para cada pessoa. Isso porque as pessoas têm necessidades, comportamentos e histórias de vida diferentes. Umas se contentam com o básico e outras não. E o que é básico para umas não o é para outras.

Apesar dessas diferenças, esses conceitos podem mudar ou variar ao longo do tempo.

De repente, a receita da felicidade pode estar no fato de as pessoas aprenderem a lidar com as adversidades da vida. Quer dizer, a receita da felicidade pode estar no fato de as pessoas aprenderem a aprender com os obstáculos e os erros.

Igualmente, a receita da felicidade pode estar no fato de as pessoas aprenderem a valorizar o que têm – não o que não têm –, a reconhecer que a vida não é um mar de rosas e que ela sem problemas correria o risco de ficar demasiado monótona.

Também, a receita da felicidade pode estar no fato de as pessoas descobrirem que só podem ser felizes se acreditarem que somente elas são quem pode se ajudar a superar as dificuldades da vida, ou seja, superar o fator que lhes causa infelicidade.

Enfim, não aceitar a derrota, nem se fossilizar por causa dela pode ser um caminho.

Texto publicado no Diario de Pernambuco, Recife, 18/06/2012, Cartas à redação, p. C4.

sábado, 16 de junho de 2012

O personagem na narrativa


Fonte desta imagem: desculpenaoouvi.laklobato.com
A força dramática de um enredo está na busca de realização de um desejo de um personagem, e na oposição das forças de antagonismo que dificultam ou impedem que ele alcance aquilo que quer.

Portanto, ao caracterizar o protagonista da sua história, você deve considerar a rede de relações e oposições que ele forma com os outros personagens. A inclusão de qualquer outro personagem deve ter o objetivo claro de movimentar o enredo em favor ou contra o protagonista.

O desenvolvimento e caracterização desses outros personagens devem reforçar a importância do que o protagonista deseja alcançar, ou devem criar conflitos que o atrapalhem.

Considerando a sua importância na narrativa, podemos classificar os personagens como:

Protagonista

É o personagem mais bem desenvolvido na história. Ele é o centro nervoso da trama que sustenta o eixo narrativo. Todos os eventos, personagens e elementos da história giram ao seu redor.

Personagem central

É o personagem que desperta maior excitação e ansiedade nos leitores. O personagem central não é necessariamente (mas pode ser) o protagonista da história. A grande diferença entre os dois é que o primeiro envolve o leitor principalmente através de ação enquanto o segundo provoca a curiosidade da audiência através da sua personalidade.

Co-protagonista

É o personagem que tem relação próxima com o protagonista e, de alguma forma, o ajuda na busca de seu objetivo.

Antagonista

É o personagem (que pode também ser um objeto, animal, monstro, espírito, instituição, grupo social, limitação de ordem física, psicológica, social ou cultural) que traz ou representa uma ameaça, obstáculo, dificuldade ou impedimento ao que o protagonista deseja conquistar.

Oponente

É o personagem que tem relação próxima com o antagonista e o auxilia na sua missão de se colocar entre o protagonista e seu objetivo.

Falso protagonista

É um personagem que é apresentado de forma a induzir o leitor a acreditar que ele é o foco principal da trama para, na sequência, revelar quem é o verdadeiro protagonista como uma dose de surpresa.

Coadjuvante

Personagem secundário que auxilia no desenvolvimento da história.

Figurante

Personagem com papel ilustrativo, que não tem relação com o enredo ou nenhum dos personagens. São usados apenas para compor um cenário.

Em relação à existência dos personagens, podemos classificá-los como:

Real ou histórico

Personagens que realmente existiram e que o autor tenta reproduzir com certo grau de fidelidade.

Fictício ou ficcional

Personagens criados com base em pessoas reais, estereótipos ou arquétipos, que vivem histórias que poderiam acontecer com pessoas comuns.

Real-ficcional

Personagens que são reais, mas com personalidades fictícias, à quem o autor atribui identidades diferentes que lhe são mais convenientes para desenvolver o enredo.

Ficcional-ficcional

Personagens totalmente ficcionais, que tem características físicas e/ou psicológicas só possíveis no contexto imaginativo da ficção, comum nos gêneros de fantasia, terror e ficção científica.