O
título acima faz referência à poesia do autor ipojucano Josivaldo Freire.
Ele é natural de Camela, distrito de Ipojuca/PE, e estreia nas letras com o
livro “Voo singular: poemas que elevam” (Editora Inovação, 2018).
A
poesia de Josivaldo Freire transita pelo clássico, o moderno e o contemporâneo.
Leitor assíduo da Bíblia e admirador declarado de Carlos Drummond de Andrade,
Cecília Meireles, Machado de Assis, Rainer Maria Rilke, Florbela Espanca,
William Shakespeare e outros autores do mesmo naipe, bebeu dessas fontes sem se
deixar levar pelo vício nem pela embriaguez poética.
Nesse
sentido, pode-se concluir que Josivaldo Freire não usou tais referências como
bíblia nem se deixou influenciar profundamente por elas. Conforme disse o
próprio poeta, em entrevista à TV Ipojuca Online, a leitura das obras desses
autores serviu de auxílio no processo de sua criação poética, porém de forma
sutil.
Melhor
dizendo, com base nessa experiência literária, Josivaldo Freire desenvolveu o
próprio estilo e, por sua vez, uma poesia original, que tem a capacidade de
prender o leitor e o fazer refletir. Sou testemunha ocular de que os poemas que
compõem o livro em tela são de excelente nível linguístico-literário: muito bem
escritos e devidamente nutridos da figuração de linguagem – a espinha dorsal e
a alma de todo texto poético.
“Voo
singular” aborda, entre outras temáticas, a religiosidade, a autoestima, a
psicologia, as relações humanas e recortes do cotidiano, configurando-se uma
obra que navega pela espiritualidade, os mistérios da mente e a imaginação. De
modo que, ao embarcarmos nesse universo poético, podemos dar asas à nossa
capacidade imaginativa e passear “sem destino” / “pelas terras de ninguém” (p.
13).
O século XXI é a
época em que se colhe uma das melhores safras da poesia brasileira. E a poesia
de Josivaldo Freire certamente faz parte dessa safra. Por meio da linguagem
subjetiva, o poeta revela sua visão crítica de mundo. Utilizando-se da mimese e
da inventividade, o autor veste sua obra de uma
roupagem figurativa e, nesse jogo de ideias, ensina-nos a “ouvir o que não se
diz” e “ver o que não se mostra” (p. 121). E mais: convida-nos a voar.
Embarquemos, pois, nesse “Voo singular”!