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quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Solilóquio

Roberto de Queiroz


Reprodução da internet / www.miproyectopersonal.es
Não sou realista nem sou normal. Ser realista não significa ser normal. Ser realista (de realismo + -ista) é prender-se fielmente ao que é real, verdadeiro. Ser normal (do latim normale) é seguir determinada norma, natural ou habitual. Não sou futurista. O futurismo de Marinetti, conquanto não fosse normal, voltava-se exclusivamente para o futuro, era antagônico à moral e primava pela exaltação à guerra. Havia nele algo utópico e paradoxal.

Não sou utopista. Não concebo nem defendo utopias. Não sou dadaísta. O dadaísmo de Tzara não possuía cérebro: não havia nele passado nem futuro, havia apenas a guerra, o caos, o nada. Não sou cubista. O cubismo era demasiado irracional, desintegrado da realidade, instantâneo e anti-intelectualista, embora fosse carregado de certa dose de humor. Não sou adepto do surrealismo. Só os loucos rejeitam as concepções lógicas do cérebro e se apegam somente ao inconsciente.

Mas, já dizia doutora Nise da Silveira, “os normais são burros”. Assim, há espaço suficiente para todos (para os sãos e para os loucos). Inclusive, para os que leem e não entendem (analfabetos funcionais) e os que veem e não enxergam (cegos funcionais). E, não obstante eu seja não realista, crítico do futurismo, dadaísmo, cubismo e surrealismo, vejo nessas vanguardas artístico-europeias, principalmente nas duas últimas, uma grande evolução criadora. Afinal, foram tais manifestações artísticas que revolucionaram o cenário cultural europeu e mundial do século 20. E, apenas porque não sou realista nem sou normal, reconheço o valor de toda e qualquer arte.

Se os normais são burros ou não, não estou certo disso, mas eles, obviamente, não cheiram nem fedem.

(Texto publicado na Folha de Pernambuco, 25/10/2016, Opinião, p. 4)

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Lançamento do livro “Leitura e escrita na escola: ensino e aprendizagem”

Aproveito este espaço para externar meus agradecimentos a meus familiares, parentes, amigos, colegas de profissão e estudantes que prestigiaram, na noite de 20/10/2016, o lançamento de meu livro “LEITURA E ESCRITA NA ESCOLA: ENSINO E APRENDIZAGEM” (edição revista e ampliada – editora Multifoco, 2016). A utilização deste espaço se deve ao fato de não ser possível eu agradecer a cada um de modo particular.