Roberto de Queiroz
Estudos mostram que as garrafas de vidro long neck (ou one way) são feitas de um material que leva cerca de 5.000 anos para se decompor, não são reutilizáveis e, obviamente, vão parar no lixo. Essas garrafas têm um impacto no solo catorze vezes superior ao das latas de 710ml, consomem quatro vezes mais água e têm uma pegada de carbono nove vezes superior à das latas em citação.
Além dos malefícios ambientais listados acima, as garrafas long neck são responsáveis por vários outros: elas se quebram facilmente e, se forem descartadas de forma incorreta, podem ferir pessoas; geram um volume enorme de resíduos, o que constitui um problema para as cooperativas; entre outras coisas. Em suma, elas não têm nenhuma utilidade para quem quer apenas beber uma cerveja gelada.
Mas por que as garrafas long neck não são retornáveis? Porque a indústria do vidro modificou a composição química dessas garrafas para que elas pudessem competir com as latas de alumínio. Todavia, o resultado compromete a resistência das garrafas em questão, fazendo com que elas não possam ser devolvidas para enchimentos futuros. Quer dizer, ao contrário das garrafas clássicas de 600ml, as garrafas long neck não podem ser reutilizadas.
Em alguns estados brasileiros (como Paraná e Minas Gerais), há leis estaduais que tratam da obrigatoriedade da coleta, armazenamento e destinação final de embalagens de vidro não retornáveis modelo long neck (ou one way) pelos seus fabricantes, fornecedores e revendedores. Há registro também da existência de tais leis no âmbito municipal em alguns municípios brasileiros (a exemplo de Corumbá/MS e Belém/PA); entre outros estados e municípios.
Os malefícios causados pelas garrafas long neck é um tema urgente. E o descarte correto desse tipo de embalagem não pode nem deve ser negligenciado por estados e municípios. É preciso que estes elaborem e implementem leis que obriguem fabricantes, fornecedores, revendedores e consumidores de cerveja em garrafas long neck a coletar, armazenar e fazer a destinação final correta desses recipientes tão nocivos ao meio ambiente.
No
entanto, o melhor mesmo seria elaborar e pôr em prática uma lei que proibisse a
venda de bebidas nesse tipo de embalagem. É inadmissível que em pleno século
XXI, e se tratando de resíduos tão nocivos ao meio ambiente, ainda existam
empresas que não tenham um planejamento de descarte desse tipo de resíduos. Melhor
dizendo, é surreal que neste século ainda existam empresas que produzam algo em
larga escala sem se preocupar com os resíduos gerados.
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