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sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Ramalhete de versos


Outro dia, recebi um exemplar do livro Ramalhete de versos, de Lúcio Mário, e, anexo a ele, o pedido da minha opinião. Li, atenciosamente, cada palavra, tão atenciosamente concentrado e preso que parecia vivenciar cada poema. Porém, ao finalizar todo o conjunto textual, perguntei a mim mesmo: “O que posso articular a esse respeito?”

Não posso, em hipótese alguma, fazer-lhe uma interpretação. Isso seria uma tentativa frustrada. Ramalhete de versos, na sua essência, é poesia; na sua forma, é uma obra de arte, e não há uma interpretação ou uma análise justa para com as obras de arte. Ambas, como disse Rilke: “[...] ou são opiniões partidárias petrificadas e tornadas sem sentido em sua rigidez morta, ou hábeis jogos de palavras inspirados hoje numa opinião, amanhã noutra. As obras de arte são de uma infinita solidão; nada as pode alcançar tão pouco quanto a crítica. Só o amor as pode compreender e manter e mostrar-se justo com elas”.[1]

Aqui, limito-me apenas a fazer um breve proferir à poética Lúcio-mariana, que se arraiga a poemas cuja leitura causa-nos prazer. Tal harmonia é oriunda de uma unidade formal interior, a qual só a um poeta pode ser inerente. E o amigo sabe muito bem manejar isso. Parabéns! Que continue ostentando em poesia a fertilidade da sua inteligência.

Roberto de Queiroz

Ipojuca (PE), maio de 2001.

(Apresentação. In: MÁRIO, Lúcio Mário. Ramalhete de versos. Ipojuca: Edição do Autor, 2001. p. 1)





[1] RILKE, Rainer Maria. Cartas a um jovem poeta. Trad. Paulo Rónai. 27. ed. São Paulo: Globo, 1997. p. 31-32.

Um comentário:

  1. LUCIO MARIO EDUARDO DOS SANTOS12 de outubro de 2012 às 21:26

    estou mui contente estou lendo e vendo minha alma... essa janela faz-me feliz.LÚCIO MÁRIO.

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